Ontem, 5 de maio, celebrou-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa, data proclamada pela

UNESCO em 2019. Para assinalar a efeméride, o Grupo CPLP na Etiópia publicou um texto sobre

a diversidade do português no mundo em dois jornais diários, Ethiopian Herald e Addis Zemen.

Pode ler aqui o texto na íntegra:

DIA MUNDIAL DA LÍNGUA PORTUGUESA Três vivas a uma língua muito viva!
Hoje, dia 5 de Maio, comemora-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa,
proclamado pela UNESCO em 2019, em reconhecimento do valor global deste
idioma. Agigantou-se, assim, o alcance da celebração estatuída pela CPLP
- Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - como Dia da Língua e da
Cultura na CPLP.
A língua portuguesa é um marcador identitário, ligando centenas de milhões
de indivíduos em todos os continentes, unindo povos através das ondas e
marés dos oceanos. É um idioma rico e dinâmico, maternalmente adoptando
os contributos lexicais de muitos outros idiomas, como os falados pelas
primeiras nações ameríndias, pelos povos bantu; e também o árabe, o cantonês,
o hindi e diversas línguas europeias, formando, desta maneira, um mar
profundo de palavras. A título de exemplo, em português, temos à nossa
disposição mais de catorze termos para dizer "menina" ou "menino"!
Propósitos comerciais despoletaram a disseminação do português, há mais
de 500 anos, por feitorias costeiras. Recordando essa época remota de
navegação em mares ignotos e de trocas de informações, conhecimentos e
de novas plantas e frutos, ficou o nome da laranja doce que se diz
"bertukan"(ብርቱከን) em amárico e "burtukaana" em língua oromo, extensões
metonímicas do nome "Portugal".
Os falantes de português pedem um chá para tomar "shayi"(ሻይ), saúdam
com vinho do Porto, poncha ou caipirinha, comem feijoada, calulu, cachupa,
mucapata, moamba, funge, charque, pataniscas de bacalhau, frango à cafriela,
sardinhas assadas e muitos outros pratos típicos deliciosos. Para a
sobremesa, provem um pastel de nata ou sericaia, quindim ou pamonha, paçoca
ou paracuca, fidjós di banana, filhoses ou micondes, izaquente ou matoritori,
brigadeiros ou queijinhos do céu. Busquem estes nomes na Internet para
encontrar as receitas ou fotografias que vos deixarão de água na boca!
Influências mútus permeiam as culturas dos países da CPLP. Algumas expressões
musicais famosas, como a morna caboverdiana e o fado português enraizam no
mesmo chão que é, neste caso, um ritmo angolano-congolês levado para o Brasil
e que ali se desenvolveu, tornando-se a base da dança chamada lundum. O
batuque africano e o antigo estilo de dança conhecido como massemba fundiram-se
com a polca europeia e o maxixe afro-brasileiro, originando o samba.
Poderíamos continuar pelas pistas de dança mundiais e pelas ruas a dançar
marrabenta, kizomba, kuduro, coladeira ou funaná!
A língua portuguesa abre-se a variados sotaques, sons, ritmos, sabores, vozes,
estórias, paisagens, estilos de vida; está presente na inovação, no turismo,
na economia, na pesquisa científica e na tecnologia avançada.
A vanguarda da CPLP para a promoção e projecção da língua e da cultura é o
IILP - Instituto Internacional da Língua Portuguesa (https://iilp.cplp.org/);
os estados-membros partilham idênticos objetivos através dos seus próprios
programas e redes. O Brasil fundou recentemente o Instituto Guimarães Rosa;
Portugal opera pela rede do Camões, I.C. (https://instituto-camoes.pt/en/).
Saiba mais sobre a língua portuguesa na Etiópia, escrevendo para
clpadisabeba@gmail.com

Grupo CPLP na Etiópia
Embaixadas de Angola, Brasil, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e Portugal

 

  • Partilhe